Olá. Seja Bem Vindo.

QUE LEGAL VOCE TER ACESSADO NOSSO BOLG.

SO A EDUCAÇÃO DESENVOLVE QUALQUER, INDIVÍDUO NAÇÃO. VAMOS PESQUISAR CADA DIA MAIS...

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Moinho Colonial Cachoeira: Alternativa de Renda Familiar

CAPITULO 3 Projeto final do educando Diezon Fernandes de Jesus.

MOINHO COLONIAL CACHOEIRA: ALTERNATIVA DE RENDA FAMILIAR

O moinho colonial cachoeira se localiza na localidade de Passo da Cachoeira, no município de Nova ramada, situado às margens do rio cachoeira, o qual usa a água desse mesmo rio como energia que movimenta o moinho.
Propriedade do Sr. Alvino de Jesus o moinho ocupa uma área total de aproximadamente 300 metros quadrado, tudo isso levando em conta a sua estrutura, depósitos de água, açudes e os canais por onde a água percorre.
O moinho foi construído com a finalidade de se obter uma uma renda familiar, pois funciona com o trabalho da própria família, através da venda de farinha de trigo e prestação de serviços.
Atualmente quem trabalha e administra o moinho é seu filho o Sr. Amauri de Jesus.

3.1 HISTÓRIA DO MOINHO

Por volta do ano de 1950, no lugar que atualmente funciona o moinho colonial cachoeira funcionava uma cerraria pertencente a família Cramp. Com o passar dos tempo a serraria foi desativada, e implantada ali no mesmo local um moinho movido por uma roda d’água, o qual possuía uma pedra para moer trigo, sendo que ele passava a pertencer a família Hofman.
No ano de ... este mesmo moinho foi adquirido pela família jesus que ao longo do tempo foi sendo modificado e passou a ser movido por uma turbina hidráulica, e a antiga pedra para moer trigo foi substituída por máquinas específicas para a moagem, tendo com isso maiores resultados com a transformação do trigo.

3.2 ESTRUTURA DO MOINHO

O moinho é totalmente construído de madeira e coberto por folhas de zinco com exeção do alicerce e do depósito de água que são de concreto.
O moinho é composto por três andares bem distintos:
O primeiro andar situa-se no térreo com 9 metros de comprimento x 7,5 metros de largura. Totalizando uma área de 67,5 metros quadrados com uma altura de 2,5 metros.
O segundo andar situa-se no nível normal da terra igualmente com uma área de 67,5 metros quadrados com um acréscimo de um depósito de trigo de 19,5 metros quadrados, ocupando uma área então de 87 metros quadrados, com uma altura de três metros.
O terceiro andar situa-se acima do segundo andar com uma área de 67,5 metros quadrados sendo que o mesmo até a metade tem uma altura de 2 metros e da metade em
diante possui uma altura de 4,5 metros.

3.2.1 GERAÇÃO DE ENERGIA

A energia pelo qual o moinho funciona é gerada por uma turbina hidráulica que é movida por queda d’água.
Para que essa turbina se movimente é necessário a utilização da água de dois rios, o rio 1 e o rio 2, os quais mais adiante se encontram formando o rio cachoeira.
No rio 1 inicialmente foi construído uma barragem para que através de um primeiro canal essa água fosse até o rio 2 formando outra barragem, para então a água se deslocar por um segundo canal até chegar em um depósito nas proximidades do moinho.
As barragens são construídas em uma altura em que não interrompa o fluxo normal do rio, apenas uma parte é desviada pelos canais, o restante segue seu curso normal. Cada barragem possui porteiras para a abertura ou fechamento das mesmas.
No segundo canal existem ainda mais dois desvios para que o excesso de água seja devolvido ao leito do rio.
A água armazenada no depósito, vai para um cano de 1,3 metros de circunferência e 10 metros de comprimento até chegar em uma turbina hidráulica que está localizada a 2 metros abaixo do depósito.
Com o peso e a queda que a água faz ao realizar a descida pelo cano movimenta a turbina que gera uma força total de 30 HP.
3.2.2 TRANSMISSÕES

Com a força que a turbina gera, movimenta-se um primeiro eixo com rolamento e uma polia que através de uma transmissão de uma correia plana com outra polia, movimenta um segundo eixo central, que é o principal eixo do moinho.
O segundo eixo central possui uma série de rolamentos e polias. Todas as polias possuem correia plana, sendo que algumas dessas polias são distribuídas para fazer ligação com os cilindros, polidores, batedor, caracol e descascador de arroz. Outra polia do mesmo eixo fará uma segunda transmissão que levará uma correia plana para o terceiro andar do moinho, esta movimentará um terceiro eixo. Esse terceiro eixo distribuirá correias para os elevadores, plansfiter, e um classificador de pré-limpeza.
Antigamente do primeiro eixo central fazia-se uma segunda transmissão para um quarto eixo que movimentava uma pedra de milho que atualmente está desativada.



3.2.3 MÁQUINAS

Para a fabricação da farinha o moinho utiliza as seguintes máquinas:
CARACOL: transporte e molhador de trigo.
CLASSIFICADOR DE PRÉ-LIMPEZA: para a retirada de resíduos maiores que o grão. Exemplo: palhas graúdas, capotas, pedras, pregos, etc.
POLIDOR DE NAVALHA: retira grãos danificados, escova o grão, retira terras, palhas e resíduos menores que o classificador deixou, etc.
POLIDOR DESPONTADOR: retira as pontas do grão (gérmem) para não dar o amargor na farinha, escova novamente o trigo e com a pressão do ar retira qualquer tipo de resíduo, deixando somente o grão limpo, despontado e perfeito.
CILNDRO RAIADO: é formado por dois conjuntos de rolos, sendo que o primeiro tem a finalidade de puchar o grão dando caimento para o segundo conjunto, o qual possui raiaduras cônicas que abrem o grão.
CILINDRO LISO: é formado também por dois conjuntos de rolos. Este cilindro trabalha especificadamente com o endosperma do grão, reduz a maior quantidade possível de endosperma a finura de farinha.
BATEDOR: trabalha embaixo do cilindro liso com a finalidade de frouxar a farinha das sêmolas e semolinas.
PLANSFITER: possui uma série de peneiras que separam o farelo, farinha, sêmolas, e semolinas.
ELEVADORES 1E 2: transporte de trigo.
ELEVADOR 3: transporta do cilindro raiado para o plansfiter.
ELEVADOR 4: transporta do cilindro liso para o plansfiter.

3.3 PROPRIEDADES DO TRIGO

Como o trigo é a parte fundamental para a moagem, se falará um pouco de suas propriedade para melhor entendimento das mesmas.
O trigo é uma gramínea, um cereal fasciculado, de fruto oval pertencente a família Gramínea e do gênero Triticum, possuindo diversas espécies. O trigo de maior interesse comercial é o Triticulum astivum( trigo comum) mas também axistem o do tipo Triticulum durum que possui uma massa mais dura.
O grão do trigo contém três distintas partes que são objeto de separação durante o processo de moagem para produzir a farinha de trigo.
As três principais partes do grão são: endosperma, casca e gérmem.
ENDOSPERMA: constitui aproximadamente 83 % do peso do grão de trigo, ele é fonte da farinha branca de trigo.
CASCA: corresponde a aproximadamente 14,5 % do peso do grão, encontra-se separadamente no farelo de trigo.
GERMEM: corresponde a aproximadamente 2,5 % do peso do grão do trigo, o gérmem é o embrião da semente, é separado pois a quantidade de limite de gordura interfere na qualidade de conservação da farinha.

3.5 MOAGEM DO TRIGO

A moagem do trigo é um processo de quebra do grão do cereal através de técnicas e máquinas especificas, retirando o máximo de endosperma e reduzindu-o a farinha.
Para a fabricação da farinha os grãos de trigo devem estar sãos e limpos, isentos de matéria terrosa e em perfeito estado de conservação. Obtem-se esse resultado primeiramente com o trigo classificado pelo classificador de pré-limpeza que desce para o polidor de navalha e através do elevador 1 vai para o polidor despontador, que o elevador 2 leva o trigo em perfeito estado em uma tuia em cima do cilindro raiado.
A partir de então o trigo passa a ser aberto pelo cilindro raiado que com o elevador 3 vai paro o plansfiter que começa a fazer o separamento do farelo das sêmolas e semolinas.
A sêmola é um tipo de farinha de trigo que apresenta uma granulometria maior, portanto mais áspera ao tato. E a semolina é um tipo de farinha que apresenta granulometria entre a sêmola e as farinhas de trigo ( um pouco mais fina que a sêmola).
O farelo separado pelo plansfiter volta ao cilindro raiado e as sêmolas e as semolinas vão para o cilindro liso, sendo que a farinha já começa a ser armazenada na caixa.

Com isso o farelo volta a ser triturado pelo cilindro raiado e as sêmolas e a semolina pelo cilindro liso, todas estas voltando também ao plansfiter. E após sucessivas etapas de trituração pelos cilindros e peneiramentos pelo plansfiter gradualmente vai se extraindo a farinha de trigo.

3.5 QUANTIDADE DE FARINHA POR SACA DE TRIGO

Com o processo de limpeza e de moagem do trigo se obtem a farinha especial, a farinha comum e o farelo.
FARINHA ESPECIAL: possui uma granulometria bem baixa, portanto bem fina ao tato e uma coloração bem branca.
FARINHA COMUM: possui uma granulometria um pouco maior que a farinha especial com uma coloração um pouco menos clara.
FARELO: é a casca do trigo, juntamente com as partículas mais grossas, apartadas pelo plansfiter.
Com o PH do trigo (qualidade do grão) obtem-se diferentes quantidades de farinha e farelo.
Analisando a tabela podemos perceber que quanto menor o PH do trigo, menor será a quantidade de farinha especial e maior será a quebra pelas máquinas de limpeza e farelo, pois quanto menor seu PH mais imperfeições no grão este trigo apresenta.
Além do PH do grão do trigo existem outros fatores que influenciam na quantidade de farinha, que são as impurezas, umidade e conservação do grão.
IMPUREZAS: o nível de impuresas (palhas, imperfeições do grão etc) que o trigo apresentar, influenciará no rendimento final da farinha. Por exemplo: um trigo melhor classificado com um teor baixo de impurezas irá ter um rendimento de farinha maior do que um trigo mais “sujo”.
UMIDADE: A umidade ideal que o trigo deve apresentar é de 11% a 12%.
CONSERVAÇÃO: O trigo depois de colhido e armazenado deve ser bem conservado evitando que o mesmo seja atacado por carunchos que destroem a semente, se multiplicam e se espalham pelo trigo rapidamente e em grandes quantidades, comprometendo assim sua qualidade e rendimento ou até mesmo em condições críticas onde não possa nem ao menos ser moído.

3.6 CLASSE COMERCIAL DO TRIGO

Existem diversas variedades de trigo encontradas no mercado, onde as mesmas são classificadas em trigo brando e trigo pão.
Na classificação do trigo pão estão as variedades de maior interesse comercial, pois a farinha extraída dessas variedades são indicadas na fabricação de pães, bolos, biscoitos, massas, etc, porém com a moagem do trigo brando será extraída uma farinha especialmente indicada na fabricação de massa, por não ter uma boa aprovação na fabricação de pães.

O problema que se enfrenta também, é que cada vez mais está se plantando o trigo brando, talvez por ele apresentar um melhor rendimento na lavoura, e esta se deixando de lado o trigo pão, vindo com isso a diminuir a qualidade da farinha.
Para resolver este problema se mistura uma porcentagem do trigo pão com uma porcentagem do trigo brando dando com isso uma farinha de exelente qualidade.

3.7 FORMAS DE NEGOCIAÇÃO

O moinho trabalha com três diferentes formas de negociação: a aquisição de matéria-prima, a venda e prestação de serviços
AQUISIÇAO DE MATÉRIA-PRIMA: A matéria-prima (trigo) é adquirida pela compra em condomínios, cooperativas e dos próprios agricultores da região e municípios visinhos.
VENDA: a venda da farinha de trigo e do farelo é feita na própria região e municípios vizinhos.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: a prestação de serviços é feita para os agricultores da região e municípios visinhos, os quis trazem seu próprio trigo para a moagem, onde cobra-se uma taxa pelo serviço.


3.8 CUSTOE E BENEFÍCIOS

O moinho atualmente tem a capacidade de moer aproximadamente 1 saco de trigo de 60 Kg por hora, fazendo uma média de que o moinho trabalhe 10 horas por dia, durante a semana (5 dias) irá moer 50 sacas de trigo ou 3000 kg, e no mês 200 sacas de trigo ou 12000 Kg.
Com a venda da farinha, do farelo e prestação de serviços obtem-se um lucro de aproximadamente R$ 7,50 reais por saca de 60 kg de trigo. Com isso consegue-se um saldo bruto de aproximadamente R$ 1.500,00 reais por mês, além de suas despesas.
Tabela n° 3: Demontrativo dos gastos mensais do moinho. Escola Dr. Roberto Löw – Nova Ramada – RS – 2006.


Com um saldo bruto de R$ 1.500,00 reais e um gasto de R$ 450,00 reais, obtem-se um saldo liquido de R$ 1.050,00 reais por mês.
Porém atualmente devido a questões burocráticas, falta de uma melhor estrutura para o armazenamento do grão, o moinho está trabalhando com a metade de sua real capacidade.

Nenhum comentário: